Dantes era o mais fiel Dos amigos deste povo Até com espinhas na pele Marchava com couves, com alho e com ovo Agora subiu de posto Está pela hora da morte Quem quiser saber-lhe o gosto Vai pagar com juros e tem muita sorte Ai! Que saudades do meu bacalhau Das pataniscas, das postas na brasa Com cebolinhas e com colorau Com feijão frade à moda da casa Ai! Pastelinhos onde é que eles estão? Maia-desfeita quando é que eu a faço? E até aquilo que se faz à mão Sem bacalhau, nunca mais faço Quando fores à mercearia Não compres por lebre gato Se é abrotea é porcaria Enrola no tacho e não sai barato O que é preciso é a malta Exigir de muitos modos Que se acabe com a falta E haja bacalhau com todos, para todos