Vaqueiro velho que um dia foi criança E no aboio embalou sua ilusão Sonhos crescendo entre a raiva da esperança Correndo junto com você de pés no chão. Vaqueiro velho que domou a rês bravia E foi destaque de rodeio e vaquejadas Do peão garboso só restou a montaria Lembrança, estória na parede pendurada Que nem gado rumina o tempo consumido pela dor E, e, e, e carro, resta a paisagem Deste sonho já sem cor Vaqueiro velho que um dia viu a vida Estraçalhada qual o boi que vai pro corte Quando em rodeio sua perna foi ferida Dia da caça em que o boi era mais forte. Vaqueiro velho que sem bois cortou madeira A cabiúna, a embu rena e juntou cola E nem sei mesmo se por gosto ou brincadeira Hoje repica a vida em sonhos de uma viola. Legado onde a viola e o passado de um peão E, e, e, e viola, tempera a vida com toada e ilusão.