Cachimbo de barro na mão tremulante Um simples barbante prendendo o avental Rodilha de trapos, bacia cheinha De roupas limpinhas pra por no varal. Calcanhar partido pela terra quente Sofrida e doente está Tia Tonha; Por que a indústria levou seu tear E deixou no lugar a saudade medonha. Navios negreiros não apitam mais Por que os petroleiros chegaram aos cais Aguaceiro morno de um cansado olhar Você já diz tudo, por que perguntar. Contando ela diz que um dia seus pais Chegaram aos cais num negro porão; E ela mais tarde viu Tio Benedito Parado, bonito formado escrivão. Não viu mais escravo nem também chibatas Viu negra mulata destinos iguais Nunca mais viu os navios negrerios Por que os petroleiros chegaram aos cais