Carlos Barros

Uma Tarde de Maio

Carlos Barros


Numa tarde de maio
Guarde as coisas novas pra depois
Eu preciso das velhas matérias
Um bolero, um veneno pra dois

Avacalhe meu corpo e meu cabelo
Desintegre meus ossos, meus medos
E me deite sem paz nessa cama
Esqueça de si sobre mim
Com toda circunstância
Todo detalhe vil

E me deixe febril
Sem chance alguma
Depois suma, e retorne em abril
Sem culpa nenhuma
Numa tarde de maio
Chegue apenas pra me enlouquecer
Determine sentenças e mil penitências pra não me deter