Numa estrada de chão vermelha Eu com minha viola nos braços Eu caminhava tocando A lua guiava meus passos Na curva da guameleira eu vivi num embaraço Passava da meia noite não me lembro bem a hora O meu corpo arrepiou coração pulou pra fora Um homem de capa preta pediu a minha viola O sujeito foi falando sem levantar a cartola Compete meu desafio ou levo sua alma embora Saía fogo em seus dedos quando fazia o pontiado Era difícil vencer o desafio do diabo Com medo eu tirei força rezei e fui ajudado Uma luz desceu do céu o cão fugiu assustado Quando no meio da luz ouviu esse pontiado Pra te ajudar violeiro por Deus fui designado Aquele vulto falou pode ficar sossegado Quando perguntei seu nome E eu fiquei lisonjeado Respondeu sou tião carreiro e vou estar sempre do seu lado A terra tremeu e o chão se abriu E o homem de capa preta naquele instante sumiu Sumiu também naquele instante o maior dos violeiros E tudo não passou de um sonho Que eu tive com o grande mestre tião carreiro Quem tem um anjo da guarda e está sempre protegido É a providência divina que nos livra do perigo Sempre salva um inocente da trapaça do inimigo É por isso que eu canto E conto o que aconteceu comigo