Vila Isabel veste luto, Pelas esquinas escuto, Violões em funeral Choram bordões, choram primas, Soluçam todas as rimas, Numa saudade imortal Entre as nuvens escondida, Como de crepe vestida, A lua fica a chorar E o pranto que a lua chora, Goteja, goteja agora, Nos oitis do boulevard Adeus cigarra vadia, Que mesmo em tua agonia, Cantavas para morrer Tu viverás na saudade, Da tua grande cidade, Que não te há de esquecer Adeus poeta do povo, Que ressuscitas de novo, Quando na morte descambas Sinhô, de pele mais clara, No qual o senhor encarnara, A alma sonora dos sambas Meu violão chora tanto, Soluços e muito pranto, Sobre o caixão de Noel Estácio, Matriz, Salgueiro, Todo o Rio de Janeiro, Consola Vila Isabel.