Quem não conhece as medidas, usadas lá no sertão Do tempo que vivi lá guardei na recordação A braça contem dez palmos, palmo é a extensão da mão Com doze braças quadradas se mede um tarefão, Pra capinar de enxada caboclo tem que ser bom, Não pode cortar o milho, abóbora nem o feijão E se amassar o mato é malandro e embrulhão Quem não conhece as medidas, usadas lá no sertão Do tempo que vivi lá guardei na recordação Um carro são dez cargueiros, um cargueiro é oito mãos A mão é sessenta espiga de milho bem graudão É uma carga pesada o carro afunda no chão, Com quatro juntas de boi o carro canta no grotão Nos dias de sol bem quente chega queimar os cocão Quem não conhece as medidas, usadas lá no sertão Do tempo que vivi lá guardei na recordação Um alqueire é cem litros assim que mede o grão Vinte e cinco litro é a quarta de milho, arroz ou feijão Quinze quilos é uma arroba, o peso de três leitão, Assadinho a pururuca pra gula é uma tentação, Gordura escorre no queixo engraxando o coração Quem não conhece as medidas, usadas lá no sertão Do tempo que vivi lá guardei na recordação Não se conhece a medida Para medir a paixão só sei que ela não pode Ser maior que a emoção, se a paixão extrapolar Pode ser a perdição, A paixão nos leva ao crime por ciúme ou posseção A medida mais cruel é os sete palmos do chão