Se achegue, moço, um cafezinho vem tomar Tá bem fresquinho, com certeza vai gostar É noite clara, que beleza a luz da lua Não se acanhe, por favor, a casa é sua O senhor tá vendo aquele quadro na parede? É minha história, minha vida sem segredos Lembra de um tempo bem distante nas estradas É a lembrança que guardei da peonada Mas olha bem pra esse quadro empoeirado Talvez seus olhos não consigam enxergar Na tela escura, judiada pelo tempo A minha história que agora vou contar Foi um tempo bem difícil, sim senhor Marcando passo no chão duro das estradas Seguia sempre ao comando do berrante A marcha firme e segura da boiada Cende um paieiro e senta mais um bucadinho Que a prosa é longa, toma mais um cafezinho Aqui o som é bem mais puro e cristalino O meu relógio é pelo sol que vem a pino O senhor tá vendo tá vendo nesse prego meu berrante? É o enfeite mais precioso do meu rancho Meu companheiro de alegrias e de prantos É confidente de um passado bem distante O senhor tá vendo tá vendo nesse prego meu berrante? É o enfeite mais precioso do meu rancho Meu companheiro de alegrias e de prantos É confidente de um passado bem distante