Enquanto houver um sorriso Enquanto houver um fascínio Vento a soprar-nos na cara E a roupa a tocar na pele Enquanto houver companhia Nos avessos do caminho Podem rasgar-nos a alma Que há-de sobrar poesia Enquanto lançarmos sonhos Com a força da maré E desvendarmos o mundo Entre incertezas e fé E as coisas oscilarem Ao segredar-se uma jura Podem rasgar-nos alma Que há-de sobrar a ternura Enquanto houver um disparo Que rompa um silêncio vão Enquanto o tempo doer Ao escorregar-nos das mãos E trocarmos a desculpa Pela culpa da verdade Podem rasgar-nos a alma Que há-de sobrar-nos vontade