Se eu vim de trem deixei marcas de temporais E os trilhos sabem já não me encontram mais No por do sol depois da ferrovia Onde eu ia buscar meu pote de ouro Juntando todo o bem que ali havia E que eu queria guardar como meu tesouro Quando eu vim de trem guardei mapas transcendentais Que me levam além do que eu conheço e mais Pintar no céu a luz do fim do dia E a poesia gritar ao vento risonho Do sal da pele o pão que nos sacia Feito magia criar, sempre, um novo sonho Nos trilhos desse trem lancei meu olhar de rapaz Depois de tanto vai e vem, hoje eu canto em paz Guiar no mundo o filho que se cria Na alegria de amar a flor e o espinho Louvar o trilho dessa ferrovia E a mania de andar sem medo do caminho