Carandina

Samba de São Paulo

Carandina


São Paulo fede
Mas quem cheira é você
Trocando seu corpo
Por roupas, conforto em um bom lugar

Mas de novo o metrô
Te arrasta pro tempo
Como você se arrasta pro centro
E por dentro

Só é mais um lugar comum
Abandonado, inaugurado
Perdido enfim no senso
Se é bom ou ruim, se dá pra comer
Se pendura, se me escuta falar
Enquanto a banda tocar
Por favor, algo lento

E o desespero opera
Em toda manhã
Na falta da calma
Na luz dessa sala, em todo lugar

E o escuro é só seu
Carrega no bolso o futuro
O desgosto e o celular
Já não se sente lá

Só é mais um lugar comum
Abandonado, inaugurado
Enfim um tanto vulgar
Se é bom ou ruim, tanto faz
Me deixa em paz
Já não quero todo o império
E a dor e a miséria e a flor no cemitério
Adeus e nunca mais

Lá vou eu dizer
O que é bom pra você, o que é bom pra você
Eu também não sei
Não estou tão bem assim, também
Não estou tão bem assim

Vejo o dia como vibra
Ao som do vento
Da janela, vejo e falo
Não pra confirmar o seu presságio
Não pra embalar sua viagem
Só pra te dizer que pela margem
Há quem viva e bem
É o que não está