Enquanto os homens exercem seus podres poderes Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos E perdem os verdes Nós somos uns boçais Queria querer cantar setecentas mil vezes Como são lindos como são lindos os burgueses E os japoneses, mas tudo é muito mais Será que nunca faremos se não confirmar A incompetência da América católica Que sempre precisará de ridículos tiranos Será, será que será, que será, que será Será que esta minha estúpida retórica Terá que soar, terá que se ouvir por mais mil (zil) anos Enquanto seus homens exercem seus podres poderes Índios e padres e bichas, negros e mulheres E adolescentes fazem o carnaval Queria querer cantar afinado com eles Silenciar em respeito ao seu transe, num êxtase Ser indecente, mas tudo é muito mau Ou então cada paisano e cada capataz Com sua burrice fará jorrar sangue demais Nos pantanais, nas cidades, caatingas e nos gerais Será que apenas os hermetismos pascoais Os tons, os mil tons seus tons e seus dons geniais Nos salvam nos salvarão destas trevas e nada mais Enquanto os homens exercem seus podres poderes Morrer e matar de fome, de raiva, de sede São tantas vezes gestos naturais Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo Daqueles que velam pela alegria do mundo Indo mais fundo tins e bens e tais