Eu desejei-te e pedi-te a estrelas cadentes Eu agarrei-te e impedi-te de noites ausentes e anulei para servir-te meus sentimentos Eu acusei-me e defendi-te com unhas e dentes E foi a ti a quem escrevi cartas transparentes E construí só para ti sonhos de adolescente, e foram anos que ofereci a um coração carente Confiando que no fim me desses o suficiente E agora como é que eu te deixo ir embora (?) Como é que eu te largo, faço o luto e mando fora (?) Como é que eu luto contra o susto da ruptura e asseguro que não te quero no futuro (?) Como é que eu lido sobretudo com o hábito (?) Como é que eu tiro o que era nosso do armário (?) Como é que eu vivo como outra na tua vida (?) Como é que eu vivo outra vida, a minha (?) Refrão Qual é a hora, a hora certa, a hora de ir embora (?) Será desta, será esta a hora certa para ir embora (?) No amor e na festa Só há esta Só há uma hora certa A hora de ir embora à hora certa! Mesmo que já não te queira Mesmo que seja uma asneira Como é que eu estou certa que é a coisa certa e que esta porta já não pode ser aberta (?) Como é que eu a fecho(?) Como é que eu te deixo (?) Mesmo que já não recorde todos os nossos recordes Tanta coisa podre e a dor que já não morde Eu tenho de ser forte Saber manter o corte e calar o desejo Calar o desejo, e se eu te quiser de volta(?) E se esta for a escolha Como de roleta à solta Como é que eu decido (?) E se este foi o quadro que pintei a régua e esquadro e pendurei lá no alto Como é que eu o tiro (?) Como é que se desiste Depois de tanto que se insiste Não é triste Não é isto um fracasso como o punho em riste(?) Ou será coragem e virá a recompensa (?) Dispenso a bagagem para a viagem porque peso não apressa e se ainda não foi desta Arrastar carcaças é desporto que não presta Se ainda não foi desta Chorar e escrever cartas é desgosto que não cessa! É a hora certa…é a hora certa…qual é a hora certa? Eu desejei-te e pedi-te a estrelas cadentes Eu agarrei-te e impedi-te de noites ausentes e anulei para servir-te meus sentimentos Eu acusei-me e defendi-te com unhas e dentes, e foi a ti a quem escrevi cartas transparentes E construí só para ti sonhos de adolescente E foram anos que ofereci a um coração carente Confiando que no fim me desses o suficiente!