Um velho homem sentado na rua Um frio berço que tem para si A solidão que lhe intoxica Só dignifica sua decepção E na gelada penumbra da noite Como se fosse para acontecer Uma pobre alma assustada e vazia Só um suspiro a lhe acompanhar O velho lhe deu um pedaço de pão O seu canto no chão para o garoto deitar Tudo do nada que tinha, deu-lhe o seu coração E até suas vestes para o garoto usar Anos se passam, mas não morre o vento É no momento que estou a falar Cai a areia de sua ampulheta São só estrelas no mesmo lugar Então o velho, já mais que esquecido No solo proibido já bem familiar Foi em busca da vida na noite Mas foi com a foice que foi se encontrar Tiros se ouvem em meio a multidão Anjos caídos propagando trevas e ilusão Mais uma bala rasgando sem ter emoção Mais uma vida gasta em prol da violência em vão Um velho homem deitado na rua Amargo caixão que tem para si Seu pesadelo: Morrer em segredo Sem ter uma mão a lhe segurar Então de longe, veio um rapaz Que sua testa veio beijar Sou o menino do tempos passados e com o senhor eu irei me deitar!!!