No meio da tarde a palavra arde, a palavra arde. É uma despedida que não se despede, não se despede. Sua teimosia, sua magia fica no ar sangrando e sacode e comove esse coração. No meio da tarde a cidade arde, a cidade arde. É a fotografia de uma voz cansada, de uma voz fechada. Sua tirania, sua agonia fica no peito ardendo e sufoca, estraçalha esse coração. Só cantarei a palavra bem dita, só cantarei a palavra que fica, como um punhal no ar a cortar a tua hipocrisia. Eu que sou filho de canto e de sanga, minha canção tem a força do pampa. Gela o veneno do gesto e a mentira da tua garganta.