Qual a parte de nós que sobrevive ao tempo E vence a imensidão? Tal é a parte de nós que vive Além das horas que embalam as ilusões Se a prosa não tem rima e a melodia é sem refrão Qual a parte de nós que merece atenção? Por trás do véu da solidez Que encanta os sentidos e fere a sensação Há a força que organiza Sutil e subjetiva, energia e intenção Se a pintura não tem vida e a lente é sem visão Qual a parte de nós que merece atenção? É a consciência; com ciência, é a consciência! O caos e o fim que se anunciam maquiados de teoria Universo em expansão É cegueira voluntária da criatura indiferente à permanente criação Se a nau segue à deriva e o farol aquém do chão Qual a parte de nós que merece atenção? Qual a parte de nós que faz valer à pena amar sem condição? Tal é a parte que acumula Um tesouro transcendente: virtudes e razão Se fantasia não é pele e o apego é frustração Qual a parte de nós que merece atenção? É a consciência; com ciência, é a consciência!