Larguei a espora e o mango, pus de lado Desafiando o meu próprio legado Cansei de judiaria nas domas de corredor Pra mostrar que os xucros também tem valor Ao ver o potro livre nas campinas Notei que era igual a minha sina Andar sempre ajustado pedecendo algum senhor Justo eu, que sou um xucro de valor Me fui a galopito na direção do infinito E vi que o mundo é mais bonito Senti a alma livre Libertei meu coração E ecoou no vento esta canção Xucro! Xucro! Xucro Não sou mestre nem doutor Mas conheço os segredos que a vida me ensinou Ter honra, ter coragem, ser um homem de respeito Sou xucro e me orgulho do meu jeito Agora eu sei o que sente o cavalo E a fera do peão ao maltrata-lo Perder a imponência ao ser domado sem descanso E o xucro que se torna bicho manso Por isso as esporas eu larguei O mango no galpão eu pendurei Só vou montar em pelo nos caminhos que Deus fez Então homem e potro serão xucros outra vez