Corre, louco! As tuas palavras serão meus novos versos. Corre com as tuas pernas largas, Esticando os músculos rígidos da velocidade. Atiça as fibras da sua variedade, E relampeja um novo alicerce para Os nossos últimos afazeres do dia. Corre! Traga nas tuas notas a energia Dos amores inacabados. Entrega aqueles últimos toques Aos distúrbios nucleares Do sol que existe dentro do teu tórax destemido Incendeia Os últimos palitos de fósforo Que sobraram da lareira de casa. Divida-se com a tua mais amada companhia. Alegria! Acima do infinito inteiro, Diante de todos os desaconchego Retalhados da estrada, Há uma anestesia nesses olhos Que me fitam de longe. Invade o comportamento sutil das Palavras até que liberte, Até que ao menos uma pura Gota inerte saia de motivações sonoras. Incentiva a derradeira onda de pensamentos Que te envolvem agora. Não demora! Não tarde o último olhar, Pois logo logo o presente Se desmorona em passado Até desintegrar.