Ligo a TV
Nada de bom é o que vejo
O ataque certeiro, erro não imaginado
Ele tinha um plano, um desejo insistente
Com a presa no alvo e o objetivo na mente
Droga!
Lá vai de novo a serpente

Pow!

Atravessa o jardim, o destino traçado
Um corte em linha reta, o discurso encerrado
As pessoas em slow, agora em câmera lenta
É um filme em replay, o que precede a tormenta

Instinto aranha ativado, presente na sua esquiva
É um corpo fechado ou sua última ficha?
Posição descoberta, ouvem-se gritos e choro
Alvejante abatido, mas no público um coro
Inocente ferido, alguém perdeu seu tesouro

Tic tac

O relógio caminha, ao anseio negado
Agora o frio na espinha, jaz morto sobre o telhado
O destino repousa, partiu em carro blindado
Mas o ódio exposto, ainda rugindo e faminto
Pregou seu desgosto, e mais um pai foi calado

Instinto aranha ativado, presente na sua esquiva
Ele tem corpo fechado ou foi sua última ficha?
Desligo a TV, saio de casa e percebo
Nosso mundo perdura, apesar do desfecho
Esse é o fim do espetáculo?

Não!

Um novo ato prevejo