Primeiro a serra semeada, terra a terra, nas vertentes da promessa, nas vertentes da promessa... Depois o verde que se ganha ou que se perde, quando a chuva cai depressa, quando a chuva cai depressa... E nasce o fruto, quantas vezes diminuto, como as uvas da alegria, como as uvas da alegria... E na vindima vão as cestas até cima, com o pão de cada dia, com o pão de cada dia... Suor do rosto, pra pisar e ver o mosto, nos lagares do bom caminho, nos lagares do bom caminho... Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado, generoso como o vinho, generoso como o vinho... E pelo rio vai dourado o nosso brio, nos rabelos duma vida, nos rabelos duma vida... E para o mundo vão garrafas cá do fundo, de uma gente envaidecida, de uma gente envaidecida... Vinho do Porto, Vinho de Portugal: E vai à nossa, À nossa beira-mar! À beira Porto há vinho Porto, mar há-de haver Porto para o nosso mar! Vinho do Porto, Vinho de Portugal: E vai à nossa, À nossa beira-mar! À beira Porto há vinho Porto, mar há-de haver Porto para o desconforto, para o que anda torto, neste navegar! Por isso há festa, não há gente como esta, quando a vida nos empresta uns foguetes de ilusão... Vem a fanfarra e os míudos, a algazarra, vai-se o povo que se agarra pra passar a procissão... E são atletas, corredores de bicicletas, e palavras indiscretas na boca de algum rapaz... E as barracas, mais os cortes nas casacas, os conjuntos, as ressacas e outro brinde que se faz... Vinho do Porto, vou servi-lo neste cálice, alicerce da amizade em Portugal... é o conforto de um amor tomado aos tragos, que trazemos, por vontade, em Portugal! Se nós quisermos entornar a pequenez... se nós soubermos ser amigos desta vez... não há champanhe que nos ganhe, nem ninguém que nos apanhe, porque o vinho é português!