Me apaixonei por ela Tão rápido quanto a flecha do cupido Depois disso tudo mais perdeu sentido A primeira vez que a vi Cravei-lhe os olhos com tanta libido Que sua beleza feriu minhas pupilas de vidro Cego de amor, minha dor não teve remédio Com raiva gritei num transe estéril, histérico Pus tudo a perder, meu Deus, que clichê! E agora não tem mais história Nada pode conter a solidão da minha oração Quem, como eu, não tem nada a dizer Vai viver sem conclusão Me apaixonei por ela E logo todo lugar comum era um vício Suas virtudes de pedra formavam o meu próprio precipício Da última vez que a vi Chorei mais que o mais ingênuo dos meninos Lamentando a sorte e os desígnios divinos O sal nos meus olhos queimou meu juízo E ela, tão doce, foi meu último suspiro Não pôde evitar minha perdição em outro chavão E agora não tem mais história Nada pode conter a solidão da minha impressão Quem, como eu, não tem nada além de um clichê Vai viver sem solução