Camurça

No Miolo do Oco

Camurça


Vim jogar o jogo no miolo do oco da selva de pedra e tormenta
Permeando entre as luzes caóticas
Cuspindo fogo pelas venta

Ar em sólido estado
Cimento assentado em florestas cinzentas
Se eu não morrer, será que eu viro rei?
Se eu não morrer

Vim quebrar a cuca
Vim dançar o coco, ver até onde a alma aguenta
Entre abismos nada filosóficos
Sinto que o surto se retroalimenta

Almas petrificadas, desafiadas
Acordadas quando o cão atenta
Se eu não morrer, será que eu viro rei?
Se eu não morrer

Mesmo que nada dure
E o tempo não cure minhas feridas
Mesmo que eu enlouqueça
E não mereça ter merecido
Se eu não morrer

Vim marcar na pele
Vim olhar no olho da verdade que se apresenta
Caminhando em brasa
Embrasei minhas ideias na calma que me alimenta
Corações apertados de mães em pranto
Acalmados na fé que afugenta

Mesmo que nada cure
E o medo não dure por mais essa vida
Mesmo que eu pereça
E não mereça ter merecido