É o sertão verdadeiro Assim como eu vou contar Existe coisas decente Pra muitos admirar Os grilos cantam seresti Naquelas horas noturnas Também as pintadas berram Naquelas matas soturnas Onde existe o lobo mau Na pirambeiras e furnas A macacada assobia Pulando de galho em galho Os mateiros que passeiam Nas restingas de cascalho A garça lá no varjão Isto ela vai todo dia O cantar do sabiá Naquelas matas sombria Com aquele cantar dolente Que a gente até se arrepia Um carro de boi gemendo Bem distante no deserto No picadão de um serrado As cobras piam por perto Com fé em seu padroeiro Ele segue o seu destino Vai na frente da boiada Um candeeiro menino Lembrando em seus coleguinhas Que estão em casa dormindo Não acredita o que digo Somente é quem não conhece Quem sabe o que é sertão Eu sei que não desmerece Por isto que na cidade Tem sertanejos instruídos Caboclos fortes que lutam Por este Brasil querido E o nosso estilo caipira Nunca será destruído