(A alma do tal boiadeiro Que assombrava o sertão inteiro Todas as noites fora de hora O triste repicado de um berrante mal assombrado Praquele sertão afora O Senhor abençoado Que é o nosso Pai Sagrado Teve pena daquele que tanto sofreu Aquela alma errante tocando o seu berrante Nunca mais apareceu) Aquele triste berrante Que tocava lá no grotão Agora não toca mais Silenciou todo o sertão Aquele cruel boiadeiro Que matou seus pais e os irmãos Está livre da penitência Já não vaga na escuridão E agora tudo é silêncio Sobre a mata do baixadão Ninguém mais escuta o berrante Repicando na solidão Aos pés de uma santa cruz Todos fazem sua oração Para a alma do boiadeiro Que por Deus recebeu o perdão Aquela alma perdida Que andava na imensidão Ouvindo a penitência Pra pagar sua grande traição Agora ela descansa em paz Acabou-se os tristes ais Sobre a mata lá do grotão O berrante não toca mais