Campanha e Cuiabano

Mão Na Cara

Campanha e Cuiabano


Eu sou casado, na verdade eu não nego
Meu casamento foi bastante complicado
Porque no dia que eu falei com a família
O velho foi falando logo bem rasgado

Com minha filha eu não quero agarramento
Essa menina é uma joia muito rara
Porque no dia que eu ver algum beijinho
Sem falar nada eu lhe toco a mão na cara

Catorze anos namorei essa donzela
Sempre direito, não podia fazer feio
Quando eu dava um jeitinho de encostar
O velho vinha e sentava bem no meio

Com seu cachimbo soltava uma fumaceira
Olhando baixo igual uma capivara
Eu não podia nem piscar pra minha noiva
Ele queria me tocar a mão na cara

Lá da cozinha o velho ficava espiando
Todo bacana balançando em sua rede
Mas o malandro pra me ver na ratoeira
Ficava olhando pro buraco da parede

Foi um namoro muito chato, minha gente
Aquele velho era igual uma taquara
Qualquer coisinha ele dava um estouro
Sempre querendo me tocar a mão na cara

Com muito custo me casei com a menina
E neste mundo nós estamos sossegado
E o pai dela que era brabo, minha gente
Tá bem mansinho porque é meu empregado

Pois o feitiço virou contra o feiticeiro
Hoje eu mando neste velho caiçara
Se algum dia ele der um passo fora
Sem falar nada eu lhe toco a mão na cara