Cantiga de campo De concentração A gente bem sente Com precisão Mas recordo a tua imagem Naquela viagem Que eu fiz pro sertão Eu que nasci na floresta Canto e faço festa No seu coração Voa, voa, azulão Voa, voa, azulão Cantiga de roça De um cego apaixonado Cantiga de moça Lá do cercado Que canta a fauna e a flora E ninguém ignora Se ela quer brotar Bota uma flor no cabelo Com alegria e zelo Para não secar Voa, voa no ar Voa, voa no ar Cantiga de ninar A criança na rede Mentira de água É matar a sede Diz pra mãe que eu fui pro açude Fui pescar um peixe Isso eu num fui não Tava era com um namorado Pra alegria e festa Do meu coração Voa, voa azulão Voa, voa azulão Cantiga de índio Que perdeu sua taba No peito esse incêndio Céu não se apaga Deixe o índio no seu canto Que eu canto um acalanto Faço outra canção Deixe o peixe, deixe o rio Que o rio é um fio de inspiração Voa, voa azulão