Água que cai no chão Água que voa em vão Mente demente sem cara, sem dente Água que pinga, que pinga ardendo Que mata o fígado que traz ferida Água torneira que cai na foz do nada E o nada vira esgoto nu Escorre em atos, na tua boca E a desperdiça feito mosca Seco molha vento encharca Água enferma fermentada Tempestade a noite já raiou Noite seca frio deságua Brota terra abençoada Silêncio! O som da chuva faz calar o medo Vem o vento, ventania Vislumbrando a agonia Água morna, água pura Anunciando fuga Quanto menos se espera Um suspiro se escuta Cara seca desdentada Implorando fartura