Em um tempo em que desisti Só pensava no que ficou Nas entrelinhas que eu escrevi, em um livro na estante De tanto o relógio andar De vermelho ficou bordô Do sofá vi pelos vitrais, as pessoas e seus rumos Meu sangue correndo nas veias Desespero! Descendo as escadas do metrô Na ponta dos dedos, vejo escorrer O céu cinza Guardei, minhas memórias no porão Nas fotografias me recordei De toda vida inocente Da janela vi o sol nascer e morrer E morrer, e morrer, e morrer E morrer, e morrer, e nascer E morrer Meu sangue correndo nas veias Desespero! Descendo as escadas do metrô Na ponta dos dedos, vejo escorrer O céu cinza