Se deparou com seu próprio destino Mandou senhoras casadas, meninas e meninos Sempre fez o mal sem olhar à quem Tava cagando e andando, só se dava bem Comeu mulheres de setenta, meninas de oito, moleques de doze Uma merda atrás de outra e não perdia a pose Tênis importado, pano de marca, pêlo cortado, barba feita Era sua receita: estar acima de qualquer suspeita Nada de drogas, não fumava, não cheirava, não bebia Estudava à noite, trampava de dia Praticava esportes, queria um corpo perfeito Pra senhoras do bairro o genro perfeito Não sabiam do mal que as espreitava e às suas filhas Presas fáceis pro safado se jogando na armadilha Aparências enganam, "o hábito não fez o monge", "Não julgue um livro pela capa", estamos farto de ouvir Mas como desconfiar como duvidar De quem está sempre na manha, conduta perfeita? Um tipo acima de qualquer suspeita (Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Sua família pode ser a eleita) O que ninguém sabia, na madrugada ele saía O cão nojento saliva em busca de uma presa Luvas cirúrgicas, roupas escuras, meias de seda no bolso Ferro na cinta, pensamentos macabros De dia um santo, à noite o oposto Escala muros com a agilidade de um gato Faminto de sexo, procura um bom prato A vítima escolhida, a velha tá fudida Cano na cabeça, venda nos olhos, tapas no rosto Rasgada na frente, atrás, entra e sai, entra e sai Obrigada a chupar, engolir, sentir o gosto Queria que o filho da puta estivesse morto (Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Sua família pode ser a eleita) Mais um dia começa e novamente o sol nasce Outra vez o imundo veste o disfarce Travestido de homem de bem, de bom cidadão Será que ninguém descobre quem é o vilão? Ele age o dia todo com naturalidade Vai à escola à noite, com tranqüilidade No decorrer dessas horas, mais um plano arquitetado Alvo escolhido, casa tranqüila, Vinte e dois a mãe, três a filha "É madrugada, parece estar tudo normal" Mais uma vez está nas ruas propagando o mal E o mal nem sempre está onde se possa vê-lo E o inimigo raramente parece sê-lo Entrou na casa na manha, isso pra ele é fácil Avistou a mulher deitada no quarto Marido trampa à noite? Fudeu, um abraço Fez o que quis com a coitada, A desmaiou na porrada Mas não ficou satisfeito, não ficou satisfeito Queria a menina que dormia no berço Estuprou, barbarizou, sodomizou a criança inocente Um crime hediondo, um quadro deprimente Enquanto a mãe limpava o esperma do corpo da filha Sorria na rua e fechava a braguilha No dia seguinte ao fato, o povo revoltado O pai calado num canto, visivelmente perturbado Polícia faz perícia, procura pistas Há meses e meses na cola do elemento Vizinhança enfurecida pensava em linchamento Enfim, o vacilo final: caem por terra os crimes perfeitos Em meio a sangue e fraldas, é revelado o sujeito Carteira de estudante, nome manchado, porém foto perfeita Ninguém quis acreditar, mas era ele Um tipo acima de qualquer suspeita (Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Sua família pode ser a eleita) Provas irrefutáveis, exames concluídos Caiu em cana, foi julgado, desceu pro presídio Primeiro dia o safado começa a sofrer Orelha cortada, cabeça raspada, tem que se foder Onde filho chora a mãe não vê Entre uma curra e outra, lavava a roupa da rapaziada Sua genitália queimada, pernas depiladas Sobrancelhas bem feitas, Calcinha de renda preta, Short enfiado na bunda Matando o ódio dos de chegados, de segunda a segunda A casa caiu, se fodeu, recorrer a quem? Chupando de todo mundo, chamando de meu bem Rádio no canto da cela, rola sua trilha sonora E mesma de outras noites, e toda noite tem (Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Um tipo acima de qualquer suspeita Justiça... até que enfim foi feita!)