Camané

Sopram Ventos Adversos

Camané


Sopram ventos adversos 
Junto à praia que se quis 
E há sentimentos dispersos 
Que são barcos submersos 
No mar do que se não diz 

Nos mastros que vão quebrar 
Soltas velas de cambraia 
E é cada remo a tentar 
Menos um barco no mar 
Mais um cadáver na praia 

O dia nunca alcançado 
Morre em todas as marés 
E é sempre dia acabado 
Junto ao sargaço espalhado 
De tudo o que se não fez