Meu pobre bicho de conta Que te enrolaste de vez, Já não vives nos jardins, Já não sentes, já não vês. Só sei, meu bicho de conta, Que te enrolaste de vez. Minh'alma, se te matei, Perdoa por esta vez. Fiz-te aspirar tão acima Que desceste onde hoje vês, A seres um bicho de conta Que te enrolaste de vez. Não deixes o desespero Ferir-te onde tu não vês. Há mais coisas nesta vida, Mais prazeres, que não vês, Que essa dor que te atingiu E que te enrolou de vez.