Caio Vini

Hipocentro Revanchista

Caio Vini


A saudade nos aborda
Pela sua tradição
A vontade nos isola
À mais seca obsessão
E eu senti, fiquei marcado
Pela póstuma questão.

O progresso é exigente:
Traz conforto e depressão.
Pelo medo do presente
Damos o futuro em vão
Sem nenhum coringa em mãos
Se foi a última opção.

Cada brasa flutuante
Aproxima o céu do chão
No lar do diamante
Há discórdia e opressão
E sempre nos perguntamos
Sobre os versos da canção
Se são híbridos ou céticos
De amor, opinião.

Em meio às chuvas e ao eclipse
Eu não culpo a ciência
Pela criação das cobras
Pelo basilisco.
E eu não vejo onde a china errava
Ao pensar que o sol ficava
Por entre as presas
Do grande dragão.

Humanismo não é teoria,
Pergaminho, quadro.
Natureza não é esboço
Torto, desleixado
Pra moldarmos de jeito, a gosto,
O contraste, a razão
Para bradarmos pela violência,
Nossas vítimas ao chão.

Uma leoa, do jeito que mata,
Também carrega sua cria.
Um lobo, de inocente,
Não lidera às avenidas.
Cem homens até conseguem
Erguer um acampamento,
Mas haja uma mulher
Pra que qualquer lugar possa ser um lar.

Por vezes o gato é rato
E o rato é gato
Sentimos displicência
Dos vírus que têm mandato.
E é preciso revanchismo do hipocentro das razões
E é preciso que um verme se coloque às prontidões.

Uma leoa, do jeito que mata,
Também carrega sua cria.
Um lobo, de inocente,
Não lidera às avenidas.
Cem homens até conseguem
Erguer um acampamento,
Mas haja uma mulher
Pra que qualquer lugar possa ser um lar.

E é preciso revanchismo do hipocentro das razões
E é preciso que o epicentro se coloque às prontidões.

Ontem à noite, eu plantei uma árvore
Bem no meio do trilho do trem
Que corre pelas minhas veias,
Que chega à minha cabeça.

Ontem à noite, eu previ o passado,
Me joguei no caminho do automóvel
Infelizmente alguém businou.

Ontem à noite, eu cortei os meus pulsos,
Procurei pelos alcoólicos anônimos.
Não acredito que o sol não possa
Ver um novo alguém nascer...

Ontem à noite, eu plantei uma árvore
Bem no meio do trilho do trem
Que corre pelas minhas veias,
Que chega à minha cabeça.

Ontem à noite, eu previ o passado,
Me joguei na frente do seu carro
Infelizmente você businou.

Ontem à noite, eu cortei os meus pulsos,
Procurei pelos alcoólicos anônimos.
Não acredito que o sol não possa
Ver um novo alguém nascer...

Interromperam a missão e o contato,
Interromperam a conexão,
Interromperam a conversa
Em pleno "je m'appelle"...