Caio Castelo

Azarão

Caio Castelo


Eu encontrei a sorte ali
Acenei, até sorri
Mas ela fugiu
Fingiu que nem me viu

Não entendo o que ocorreu
Um gato preto que correu
Bem na minha frente
Impunemente hostil

A nuvem negra a pairar no céu
E eu sentado aqui no meu chapéu
Juntando os cacos do espelho
Que acabo de quebrar

Se minha sina é de azarão
Deixo de superstição
E corto a unha à noite
Só pra provocar

Mas se o acaso me aceitar
Vou parar de resmungar
De fazer mungango
A cada mero azar

A nuvem negra a pairar no céu
E eu sentado aqui no meu chapéu
Juntando os cacos do espelho
Que acabo de quebrar