Caio Bassitt

Vinho de Dionísio

Caio Bassitt


Vou lhe mostrar como se causa um prejuízo
E Jesus Cristo haverá de perdoar
Eu aprendi com o vinho de Dionísio
Que o juízo serve só pra incomodar.

Se for preciso eu confesso o meu segredo
O excesso é o medo que eu gozo por temer
Um dia desses vou pegar você no braço
E mostrar o que é que eu faço com meu corpo a ferver.

Pra dar início vou despir seu psiquismo
Manipulando sua mente sem razão
Talvez usar um pouco do seu masoquismo
Te lambuzar com sangue de menstruação.

Depois passar a língua entre os seus seios
Vasculhando seus anseios, te ensopando de prazer
E vou causar uma revolução francesa
Com suas velas já acesas e seus lábios a gemer.

Vou te jogar numa parede bem gelada
E arrepiar seus pelos com o meu calor
Descer com a boca até sua coxa ainda acanhada
E te encharcar como um viril vibrador.

Ainda insana vou te arremessar na cama
Como a mais fogosa dama do filme mais proibido
Desjejuada, mas com um pouco de vergonha
Você despedaça a fronha e liberta a sua libido.

Então te aperto como o urso mais louco
Depois te rasgo como o navio rasga o mar
E salivar sobre o seu corpo feito lobo
E como rato te roer até sangrar.

E te morder bem forte até chegar no osso
Lamber todo o seu pescoço e seu conceito ensurdecer
E como eu sei que nada você tem de santa
Ejaculo na garganta pra você aprender a viver

E digerir com os meus órgãos os teus planos
Que não passam de enganos que sua mente converteu
Mas tudo isso com o mais doce carinho
Pois você é um passarinho que do ninho renasceu.