Dessa tão ferrenha mágoa De querer vos esperar Meus olhos se encheram d’água Salgada como a do mar Vós prometestes, senhora Voltar, um dia, porém Esperei, e até agora 'Inda não veio ninguém Quando vireis? Não sei quando O destino tem suas leis Vierdes, aqui chegando Talvez que não me encontreis Mas se me não encontrardes O que é natural enfim Interrogai estas tardes Que hão de vós falar de mim Sobretudo este arvoredo Que há de vos dizer: Eu vi Ele passeava, em segredo Todas as tardes aqui Passeava tristonho e mudo A pensar em não sei quê Tão distraído, que tudo Via como quem não vê Andava, não sei, tão cheio De torturas ideais Um dia o pobre não veio E afinal não veio mais