Já não me importam ludíbrios Por ser de ti desprezado Tenho este afeto guardado Como um divino condão Agora nem mesmo a morte Pode esmagar este afeto Que vive e cresce, dileto Nos ermos do coração Uma paixão é mais pura Quando não tem esperança Quando o desprezo a não cansa Quando a não cansa o rigor! Assim, meu anjo, eu te adoro Não'um culto extremo, subido E, embora seja esquecido Vai me alentando este amor Quando em ti penso, saudoso Meu estro estua e se agita Minha alma toda palpita Suspira o meu coração! Nos estos de alma poesia Desprendo em notas cadentes As minhas trovas frementes Que inspira a dor da paixão Mas se te vejo, em soluços Gemer no doce teclado Do teu piano adorado Talvez teu único amor As notas que dele arrancas Meiga, implacável sorrindo São gotas de mel caindo Nas chagas da minha dor