Nós somos da terra da brisa suave Do canto das aves, do pio do inhambu Do rio caudaloso, da pesca de vara Da pena da arara e do tuiuiú Do rancho pendido, parede de barro Onde passa o claro de um raio de luz Para livrar do bicho feroz Quem nos avisa é um bando de anus Nós somos os filhos do chão brasileiro Do solo mineiro recheado de ouro Das Minas Gerias dos rios e riachos Que esconde lá embaixo seus grandes tesouros O pobre menino no norte pacato Sem nada no prato despenca no choro De um lado a ganância, nem pensa no ouro Ao lado da fome pedindo socorro Nós somos o pingo de orvalho na rosa Nós somos a prosa do nosso interior Nós somos palanques, mourões e porteiras Ela lá floreira o perfume da flor Estamos presentes se acaso precise Na hora do riso e na hora da dor Socorremos a todos na precisão Com a mão abençoada no Nosso Senhor A nossa viola de madeira antiga A nossa cantiga é o jeito de ser Defendemos bichos, matamos insetos É o modo correto pra gente crescer Sabemos que somos a forma e o retrato A cópia e o formato do Pai Criador Por isso deixamos em nossas andanças O riso e a esperança e um punhado de amor