Seu Galdino era amizade Que de muito longe vinha Dona Isabel, sua esposa A verdadeira rainha Brincou com a minha mãe De boneca e de casinha Papai conheceu mamãe Quando já estava mocinha Formaram um casal bacana Se casou na Ubarana O Francisco e a Joaninha Seu Joaquim Chagas e família De sangue respeitador Galdino nasceu violeiro Herança de seu avô Meu pai, Chiquinho Carreiro Com ele muito cantou Nas bandas do Pantaninho Aonde meu pai morou Num catira, na corredeira Sapatearam a noite inteira Até o assoalho quebrou Aprendi tocar viola Quando eu era menino Escondido do meu pai Professor era o Galdino No manejo da viola Ele tinha o dom divino A sua viola de cedro Do braço comprido e fino Com as dez cordas de aço Quando estava nos seus braço Viola virava um sino Numa festa de catira Lá muita gente chegou Galdino chamou meu pai E pra ele assim falou Seu menino é violeiro Eu que fui o professor Quando eu repiquei a viola Meu pai num canto chorou Pro meu pai falou Galdino De hoje em diante o menino É violeiro e cantador Aprendi certos mistérios Segredos da profissão Me ensinou o bote da cobra E o pulo do leão Comecei sentir firmeza Muita destreza nas mãos Cada aula que eu tomava Era um trago de emoção Aprendi na sua escola Respeitar essa viola E com ela ganhar o pão