Para quem me perguntou Na resposta ponho um fim Vou falar de onde sou E também de onde vim Sou um brasileiro nato Caboclo de coração Nasci no meio do mato Nos confins do meu sertão Eu sou aquele que planta Que cavoca o solo bruto Eu sou aquele que arranca Do solo fértil o produto Sou aquele que trabalha Sol a Sol de pé no chão Minha arma na batalha É a foice e o enxadão Eu sou aquele que mora Nas entranhas dos sertões Sou aquele que ignora Se tem guerra entre as nações Eu sou aquele que canta Desde o dia amanhecer Eu sou aquele que planta Na esperança de colher Sou aquele que semeia Lírios brancos sobre a terra Sou aquele que odeia Os homens que fazem guerra Eu sou o que não se queixa Se ninguém falar meu nome Sou aquele que não deixa Meu mundo morrer de fome Sou aquele caipira Que discute todo o assunto E quando a engrenagem gira Faço parte giro junto Sou aquele que labuta Não sou aquele que agita Eu sou aquele que luta Por uma pátria bendita