Tenho meu cocar de pena colar de dente de fera Sou nascido em Cabana bem no meio da tinguéra Minha selva é enfeitada quando chega a primavera Pra fazer minha caçada Faço ceva na ramada onde a pintada béra Dizem que o índio é selvagem quero que fiquem sabendo O índio ama o verde nas águas não põe veneno Eles não assaltam bancos conforme vocês tão vendo Vejo gente na cadeia Por mexer em coisa alheia tem homem branco morrendo No vale do Tocantins entre castanhas e coqueiros O índio sofre pressão de capangas e posseiros Não tem direito ao chão onde ele pisou primeiro Oh! Tupã onipotente Olhai pela nossa gente, os meus irmãos brasileiros Defendendo a natureza do sertão e da cidade Cantando e tocando viola conquistamos amizade No lugar onde chegamos ao partir fica a saudade Para o povo hospitaleiro Os dois índios violeiros desejam felicidades