Eu vivia no sertão na vida de boiadeiro Repassando redomão lutando em burro matreiro Mas um dia eu deixei o profissão de boiadeiro por eu ser um índio forte cem por cento brasileiro Marinha mandou chamar pra mim ser um marinheiro. Vai boiadeiro, vai navegar O Brasil tá precisando marinha mandou chamar. Eu me alistei na merinha com amor e muito brio A lancha pulava as ondas chegava dar arrepio Me montado num potro e eu firme no lombilho Quando vi cortando as ondas lá no casco do navio Pra mim representava no casco de um boi bravio. Lá na solidão do mar eu agüentava o mormaço Me vi tocando boiada caminhando passo a passo E as cordas do navio representavam um laço O apito era o berrante repicando no compasso A bandeira era meu lenço tremulando no espaço.