Todas as coisas me são lícitas, Porém nem tudo me convém, O desejo está na veia, O canto da sereia Essa menina é um barato que sai caro, Malandro caído a seus pés não é fato raro, Até aquele que se julga muito drão, drão, Não, não se safa da paixão, não, E quando a turma reunia alguém, Sempre pedia a presença dela para festa começar, Mas fui eu que fiquei com ela no fim, Pois a dama só saía com o dono do dindim, No início, era um caso de fim de semana, Pra satisfazer a curiosidade humana, Mas a razão levou rasteira, que dureza! A libido era o cupido e eu a presa, Eram muitas virtudes numa mina, Afrodisíaca, colombina, concubina, A beleza alva como os pólos do planeta, Pura tentação em sua langerri de seda, Justificava aquelas três iniciais De linda, sedutora, delirante e muito mais, Eu já nem me lembro do rosto da minha ex Que se chamava luci sobrenome dêz, O meu coração em desalinho não domina, Aquilo que afeta manos e afeta minas, A ficção aqui se rende às evidências, Qualquer semelhança não é mera coincidência Ela é minha heroína, É crack da sedução Rá! Xi! Xi! Você não tem mais chance! Vozes alheias criticavam o meu romance, Mas a paixão tirou visão, audição, percepção, Noção de compaixão, perdão, No caminho das pedras a percorrer, O meu caso era baseado num raro prazer, Viajar com ela já era comum, De Hollywood a Colômbia no vôo 51, Entre quatro paredes, fantasias mil, Me levando a um ecstasy que nunca se viu, cada momento a seu lado, a atração era maior, Se tornou mais necessária que h2o, Não dominei, fui dominado sem saber, Na ausência dela eu já ficava na deprê, Liberdade, saúde, família joguei para o ar. Pra poder acompanhá-la em qualquer Mas hoje a muringa fica em confusão, Eu a quero, quero e ao mesmo tempo não, Nem o mais belo divã pode confortar, Nem a freudiana voz é capaz de explicar, Talvez a luci volte a ser a minha companheira, A nora que mamãe pediu a vida inteira, Mas não dá, o desejo está na veia, Ainda me encanto com o canto da sereia Ela é minha heroína, É crack da sedução