Caboom

Peça De Um Andróide

Caboom


Já não faz diferença quando o telefone toca;
E eu procuro me distrair e aguardar até quando ele sopra;
E tece linhas à caminho da rua;
E para quando se situa;
Perto da cama;
Fica quieto, para e não reclama.

E vê se veja, outro copo sobre a mesa;
E espera, pois já comeu a sobremesa.

A opinião só reluz com minhas idéias;
E de fato, o que me seduz é o seu dito na Odisséia;
Pois quando eu penso em estender um braço;
Você logo quer me dar um abraço, daí;
Do outro lado do fim.

E me dá uma cerveja, e bata sobre a mesa;
Pra que eu possa mostrar e todo mundo no recinto veja.

Sou cadilac, avanço, alvoroço temporário;
E cada vez que quero escrever tenho mania de cobrar salário;
Faço como sexo por diversão;
E as palavras saem e vão em vão para longe;
Para fora do meu alcance.

E não está mais escuro;
Isso irrita meus olhos, minhas córneas;
Agora que não há mais furo.

Eu me animo a escrever, comido pela própria fraqueza;
E faço questão de te jogar na casa, tudo o que aconteça;
E me dá raiva essa inocência, me dá vontade de virar mesa;
O ruído, o segundo, e o grito.

Mas não para, pelo menos não agora;
E não para, pelo mais sim a demora.

Pague os tijolos, suas investidas atingiram os pólos;
E nós morremos na classe que nascemos, meu bem;
Enquanto não funciona esse chiado, está zunindo à toa;
E que dá, voltas atrás, pra te guitar;
Só culpo a incerteza, enquanto batalhamos, vemos, ou seja;
Buscamos ambos tudo um do outro e então;
Nos vemos cada um de um lado do portão;
Essa é a sua casa, a sua harmônica só vem e me transpassa;
E nós nascemos, onde quer que nos deitemos, amor.

E me veja dar um tiro em mim mesmo na mesa;
E cair sangrando sobremesas;
E me veja calçar o cimento;
Que você selou essa paixão por esse sentimento lindo.