A morte respira-me na cara, enquanto me oferece chapada Mas eu agarro-me à vida de cabeça levantada Já agarrei em sacos, o que meteu muitos nas prisões Para ter sacos de comida e algumas condições Lá em casa, e quando a bófia aparece Vigilante noturno que à noite desaparece Nem todo o ilusionista revela o seu segredo Pedi: Levantem a mão quem está no desemprego Parecia uma festa de rap, todos com a mão no ar Quem vai ao mar perde o lugar, muitos nem sabem nadar Não há colete que salve a vida a quem se tiver a afogar Não te tentes afirmar, porque páras com os mais velhos Algumas curvas têm esquinas, miúdos sem rodeios Matilhas com armadilhas, tu vê em quem confias Metem-te no quarto escuro, à espera que atrofies Levas com tantos estalos até que tu te chibes Lá na zona é mais de 100 Vivem sempre além Quando gritam: Chapa Nova! Tu perguntas: Quem vem? Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão Mano, tu pões os óculos e eles miram com binóculos E a bófia tira fotos Mais um pr’á investigação, perguntam-te onde vem o dinheiro? Vem das viagens da Holanda aos rés de chão (Shiu) Tu não podes, tu não podes falar disso Tu não podes, tu não podes falar disso Mas eu falo do que eu vivo do que eu sinto Eu não minto, eu recito sem papas na língua Sobre línguas depravadas Quantas vidas salvas À pala de armas encravadas, outras tantas enterradas? Acto que não compensa, pensa, agora sopras velas Fechado em celas, vinte e cinco primaveras O dinheiro fica escasso nesse quarto sem espaço Enterrado na lama Eles lançam os foguetes Mas tu só apanhas cana e família no Natal Só por vídeo chamada Vês agora quem te ama Lá na zona é mais de 100 Vivem sempre além Quando gritam: Chapa Nova! Tu perguntas: Quem vem? Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão Manos arriscam a vida para ter uma bela vista Quantas noites mal dormidas, fechadas na Bela vista? Aqui só comem carne porque o peixe vira escama Misturada com bica, depois vendida à grama Encostados lá no bairro como elevadores do prédio Já foram pequenos, apertados, grandes e largos Já subiram e desceram e agora estão parados Miúdos ostentam a roupa e comem a Pala do Sase Burlar o sistema desde a média classe Segurança social tipo agência publicitária Só observam o terreno sentados numa secretária Emprenham pelos ouvidos, ficam comovidos Com lágrimas de crocodilos Não analisa nem pesquisa Dá nega a quem precisa, financia quem Está com a cona alapada no café sem fazer nada Pois é ela quem vigia, dá serrote todo dia Lá na zona é mais de 100 Vivem sempre além Quando gritam: Chapa Nova! Tu perguntas: Quem vem? Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão Vem de roda no ar Não vale puxar travão Um canhão na boca Com dois pits na mão