Desde o primeiro segundo, o mundo nunca mais parou A cria se pergunta quem criou o criador O zero absoluto, que vem antes do um O nada indivisível, infinito incomum Depois do último instante ninguém sabe pra onde vai Nem tudo é o bastante, além de tudo ainda tem mais Pouco sabe aquele que pensa que muito sabe Todo tolo pensa que é fácil pensar que é sábio Enquanto o mundo gira devagar eu tenho pressa Nessa festa só nos resta estar dançando Quanto menos temos, menos temos à perder Quando nós crescermos, não teremos que temer Seguindo um caminho sem sentido a seguir Tal qual em um labirinto com um fauno a conduzir O peso que carrego é demais pros meus vinte e três O barco que navego, é de papel e se desfez Mas sei que maré mansa nunca fez marujo bom Se não fosse o silêncio, nada seria do som Cores de almodóvar num velho filme espanhol Abaixa o tom da voz e afina a vida em bemol