Corro os varejão da alma e arranco do peito um limo E quando eu abro esta gaita sou eu quem me determino Rima escaramuça dos ares deixando um pó no caminho Qual um verso sai se espiando e outro já mete o focinho Desato o laço num canto enquanto a cordeona orneia Faço serrar nas munhecas a saudade que pateia Meu verso ouvindo esta gaita a própria tristeza cincha Se empina dentro de mim salta pra fora e relincha Por isso meu verso ás vezes caborteiro me atropela Me dá um bufido na alma e me mete as pata na goela Acarco na baixaria e abro o peito só por farra Minha gaita enfia a cabeça e para ás cordas da guitarra Minha gaita é um baú jesuíta escondido na sacristia Guarda o fio da pomba grande eo canto da corcovia Amasiado com esta gaita me levanto ao meio dia E passo o dia amolando que nem cigarra vadia Como diz o mano lima esta éa gaita que eu dedilho de tanto nos andar junto já tenho um lote de filho Diz o velho reduzino orgulho do chão missioneiro Antes de tocar essa gaita meto as mão no formigueiro Parece até bruxaria, magia negra ou mandinga Quando belisco esta gaita perto da costela minga Ás vezes ela me enfeitiça teiniaguá que come mel Vira serpente encantada num guiso de cascavel Se esta gaita fosse China picava ela em pedacinho Que a maldita desta gaita é que me ponhe no mal caminho