Estou saindo de casa agora Mas eu não vou levar nada comigo Só esse par de botas velhas O telefone de uns poucos amigos E o violão, bom companheiro Das noites frias sem luar Não troco sonho por dinheiro Nem faço a vida esperar E se sentir saudades de mim Por favor, não venha me procurar Acenda uma vela em minha homenagem Beba uma pinga para celebrar A vida, a história e as vãs tentativas de ser feliz Eu não procuro um mar de glórias Só quero fazer o que sempre quis Vou engolindo poeira da estrada Que eu percorro desde os tempos de menino Das mãos de Deus pedi a caneta emprestada Quero escrever meu próprio destino Não sei o que a próxima curva vai me reservar Não tenho alforje, nem cajado Nem anjo pra me consolar Do lixo alheio extraio o meu almoço Cães vira-latas chegam pra jantar Parcas moedas escondidas no meu bolso Pagam a cachaça que mais tarde vou tomar Se eu não sei onde me encontro Você não vai me encontrar Se eu não sei onde me encontro Você não vai me encontrar