Iara, fechada em si, ignorava o mundo Semi-humana, semi-peixe, entoava melodias Atraindo os pescadores para o fundo das águas E eu, curioso, desafiava a morte No anseio de ouvir a doce voz da tal sereia Foi quando um canto intenso e profundo ecoou por ali Ouvi o canto do uirapuru Dentro da mata chorou Doce cantiga em beira de rio O mundo silenciou É fim de tarde, o sol já se foi Deitou nas águas, dormiu Manhã... Voltou E só iara não ouviu O canto do uirapuru Dentro do rio quis ficar Sem melodia, perdeu a voz Já não sabia encantar O que te trouxe até mim pescador Se minha voz não ouviu? Remou... Partiu De longe não ouviram O canto do uirapuru A serenata calou E o amor sentido nas águas do rio A correnteza levou