Internado no seu pensamento Bem no intimo revela a ele Mais um passo dado e ele pode cair O descaso que o trouxe até aqui Seus estágios que passam Depositam suas falhas Seus erros e suas parcelas Ele sim sente na pele, o quanto o humano peca No frio do ar condicionado a tiazinha estérica Nega moeda pro muleque, ah, é muito frio nessa idade Pro calor da pedra ele se entrega, se aquece com crack Lembra de casa, que não da pra voltar Avança em direção as estatísticas da cidade Não ta de brincadeira, passa a carteira A noite inteira, ligeiro, função, já foi se o tempo da diversão Não existe salvação nem sonho de futuro Pra quem dorme no chão E veneno é remédio, ele vai se virar sozinho Sempre foi assim por aqui, se o pai se saiu seguiu caminho Quem for rosa vira espinho É uma coroa de flores, foi o mundo quem trouxe Sempre apoiando a raiva e vingança Que crescia no intimo daquele menino Barriga vazia, cabeça cheia de merda Poucas opções, a quadrada lhe espera Receita pronta pra criar um ser humano pra guerra E na rua o hino é entoado Morra sendo 'herói', ou viva a vida calado E mesmo que você tenha voz Na rua o hino é entoado Morra sendo 'herói', ou viva a vida calado Morra sendo 'herói', ou viva a vida calado E o que eles esperam de nós Rappers ativistas revoltados É que sejamos a voz do povo que ta calado Morra sendo 'herói' com o mic ligado Ou viva a vida calado, monotizado No fim de tudo a passagem foi o que ficou mais barato Eu não espero nem sentado, que vá mudar algo no estado Milhares de motivos me levaram a estar desacreditado Só vejo essa porra caminhar pra um buraco sem fundo Dinheiro sobra pra família se afundar no consumo Moeda de troca, fome de menino sujo Que depois vem e de cima toma dinheiro, relógio, leva tudo A culpa não é do subúrbio Por ser o lar que acolheu o vagabundo Se não tem espaço na sociedade Pra quem não se enquadra nos padrões do mundo Quebrada abraça