Sou tabaréu, sou capiau, sou caipira E a prosa que eu trago na viola e na lira É do mato, é da roça, é do chão Canto o sanhaço, o tiê sangue, a saíra O melro, o cardial, o azulão Que eu pego na palma da mão Sentado à sombra de uma sucupira Eu pesco no rio o cascudo, a traíra E matuto sobre esse mundão Já vi caipora, saci, curupira Vi alma, vi assombração Nas noites de breu do sertão Levo o gado pra pastar Vou pra roça capinar Que é da terra que se tira Tudo o que se aspira pra viver, oiá E nas noites de luar Eu me arrumo pra dançar Terno azul de casimira Eu vou dançar catira com as morena, oiá